Abre-se a cortina da vida, no perpassar do tempo, para dar passagem à manifestação
alvissareira de um Ano-Novo.
Com a oportunidade de bem viver os seus 365 dias é mister que o façamos de molde a aproveitá-la no crescimento espiritual de nós mesmos.
No Livro da Vida, páginas se abrem, todas em branco, ensejando-nos preenchê-las
com real aproveitamento, tal seja a natureza dos nossos pensamentos, de nossas palavras, de nossos atos, enfim, de todas as manifestações do nosso livre-arbítrio.
Vale a pena e apenas o imperativo de grafar, em cada uma de suas laudas, apontamentos de melhoria própria pontuados no espírito de boa vontade e de serviço, de união e
fraternidade, de candura e de amor, de desprendimento e generosidade, preservando-nos
dos borrões da displicência e do menor esforço, dos desculpismos e de evasivas, de
indisciplinas e temeridades, da intemperança e superfluidade, atentos, como nos cabe, à
observância de método e equilíbrio, de bom senso e serenidade.
A salvo de comodismos e desistências, impõe-se-nos o preenchimento das horas
dos dias desse Ano-Novo com a pujança do nosso idealismo e fidelidade ao programa
que nos foi traçado no Plano Espiritual,
cujos desígnios se propiciam ao nosso soerguimento espiritual.
Os mínimos gestos, as atitudes aparentemente inexpressivas e insignificantes, sabemo-lo bem, constam em marcantes e transparentes registros no Diário de cada um
de nós. Nada se perde, nada se eclipsa na esteira do tempo, nada cai no esquecimento.
Assim, é de bom alvitre construamos obra salutar, escrevendo com suores e lágrimas, desprendimentos e renunciações, altruísmo e abnegação, as páginas em aberto
dos dias do ano que converge para os séculos sem-fim.
Empenhados no trabalho do próprio aprimoramento intelecto-moral, de árdua e
morosa conquista, certamente contaremos com a presença solícita e desvelada dos
Emissários do Senhor – Amigos seguros das horas mais inseguras –, resguardando-nos
de possíveis descaminhos.
A felicidade dos que amam consiste em ver a felicidade dos entes amados,
compensando-lhes os esforços com os seus esforços, os sacrifícios com os seus
sacrifícios. Assim costuma ser entre nós, pais, em relação aos filhos, como da parte dos
Espíritos Beneméritos é para conosco, seus tutelados.
Sem outra alternativa senão a de trabalhar pelo nosso próprio progresso,
cabe-nos também ensejar o melhoramento do próximo, estagiários que todos somos
dos mais diversificados gêneros de aprendizados nos cursos das disciplinas em
estudo, com o propósito de bem nos prepararmos para nossa promoção a mais altos
níveis de conhecimentos nos institutos de ensino nas Colônias da Erraticidade.
Tais as almejadas conquistas a que nos propomos amealhar, e por certo
o faremos, para gáudio de nossas almas no transcurso de um Novo Ano, sempre em
franca atividade nos domínios da seara do Cristo de Deus.
PASSOS LÍRIO
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